Literatura (d)e Migrações contam histórias “das gentes que fazem a História
A Literatura (d)e Migrações, desta vez, relembrou memórias de gente. A segunda edição da atividade do pelouro da Diáspora e das Migrações, sob a tutela da Vereadora Ana Bracamonte, decorreu no Centro Comunitário do Funchal, e teve, como convidada, Graça Alves, que apresentou Memórias das gentes que fazem a História.
Atualmente com o cargo de diretora do Museu de Arte Sacra, Graça Alves desenvolveu projetos, como autora e co-autora, ligados à Literatura, aos Estudos insulares e às Histórias de Vida, no Centro de Estudos de História do Atlântico – Alberto Vieira. O projeto revela gente que através de memórias, conversas e narrativas, conta a sua história de vida. E são os testemunhos orais, histórias de vozes antigas, transmitidas na primeira pessoa, que se constrói a nossa História.
São histórias de emigrantes que embarcaram para “tentar a sua sorte”, à procura de um futuro melhor para as suas famílias. Uns “foram mandados buscar” por familiares que já tinham emigrado anteriormente. Saíram para os Estados Unidos, Brasil (a Terra dos Esquecidos), Venezuela, África do Sul e outros países. Também se fugia da guerra. As condições eram duras, agravadas com as barreiras linguísticas e as saudades da família e da terra. A carta era o único meio de contacto durante anos. São cartas de amor, de saudade, de sacrifícios mas também de sonhos e conquistas.
Nos testemunhos de cada emigrante destaca-se o orgulho da cultura e das tradições das suas origens, como necessidade de preservar a sua identidade e a ligação às raízes e à história. Criam-se novos hábitos e fala-se com novos sotaques. São marcas de interculturalidade que envolve a interação entre a cultura de origem e a cultura do país de acolhimento num movimento dinâmico e em constante desenvolvimento.
É de interesse municipal e de importância cultural criar oportunidades para relembrar memórias e contar histórias de gente que faz a História do povo da Madeira.